A recuperação de ativos, o regime do reconhecimento mútuo e os pedidos de cooperação judiciária relacionados a confisco non-conviction based em Portugal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i2.294

Palavras-chave:

Recuperação de ativos, Confisco, Cooperação judiciária em matéria penal, Princípio do reconhecimento mútuo, Perda non-conviction based.

Resumo

O presente trabalho procura responder à seguinte questão: em Portugal, o regime de reconhecimento mútuo abrange pedido de cooperação judiciária, de outro Estado-Membro da União Europeia, fundado em confisco non-conviction based? Após breve análise das modalidades de confisco (criminal) existentes em Portugal (perda clássica e perda alargada), das formas de confisco non-conviction based (o de índole civil e o de índole criminal) e dos modelos de cooperação judiciária na Europa, conclui-se que o modelo de reconhecimento mútuo, nos dias de hoje, abrange quer a perda clássica, quer a perda alargada, mas não qualquer das formas de confisco non-conviction based– civil ou em processo criminal. Assim, ao final, concluímos que se deve responder negativamente a pergunta que motivou o presente trabalho.

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Biografia do Autor

  • Gabriel Marson Junqueira, Unipinhal - Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal/SP
    Mestre em Ciências Jurídico-Criminais pela Universidade de Coimbra. Professor de Direito Processual Penal na Unipinhal/SP. Membro do Ministério Público do Estado de São Paulo.

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Publicado

27.06.2020

Edição

Seção

DOSSIÊ: Confisco, medidas cautelares patrimoniais, pretensão civil cumulada e garantias processuais penais

Como Citar

Junqueira, G. M. (2020). A recuperação de ativos, o regime do reconhecimento mútuo e os pedidos de cooperação judiciária relacionados a confisco non-conviction based em Portugal. Revista Brasileira De Direito Processual Penal, 6(2), 765-798. https://doi.org/10.22197/rbdpp.v6i2.294